Domingo no DZ Pinheiros


Por que Elói Pietá?
Luiz Sérgio Canário

Nesse domingo fizemos o segundo debate-churrasco do nosso DZ Pinheiros. Como no primeiro, havia bastante gente e várias pessoas novas.

O tema dessa vez foi o Encontro Estadual do PT, onde serão eleitos os nossos candidatos ao governo do estado e ao Senado. Os debatedores foram Sérgio Ribeiro, o Serjão, ex-prefeito de Carapicuíba, representando o pré-candidato Luiz Marinho, e o próprio pré-candidato Elói Pietá.

Poderia ter sido um debate mais vivo e de maior valia se Luiz Marinho tivesse ido ele mesmo e não um representante. Mas essa tem sido a postura de Marinho: não participar de debates.

O que se viu então foi Elói colocando ele mesmo seus pontos de vista, explicitando suas posições e Serjão sem enfrentar diretamente nenhuma das questões colocadas. Uma vez que pouco se ouviu Marinho falando, não se sabe exatamente o que ele pensa. Mas o que se ouve de seus representantes, como Serjão, são evasivas e o sentimento de estar em uma posição desconfortável. O cerne da discussão, e a principal razão da candidatura de Elói, é o processo de construção da pré-candidatura de Marinho e a forma como ele será indicado candidato, quase que com certeza.

Desde a realização do PED em 2017, quando se elegeram as direções do partido, já se falava que Marinho era o candidato a governador das forças políticas que hoje controlam com mão de ferro as direções partidárias. Assim não foi surpresa para ninguém quando ele foi eleito presidente do partido em São Paulo. A tática ficava clara ali: reforçar a imagem dele e fazer com que fosse natural o trânsito dele pelo partido, principalmente pelo interior do estado.

Uma fala de Serjão foi particularmente esclarecedora desse processo. Quando ele fala que Marinho não se apresenta por conta dele mesmo. Que foram feitas, inclusive com a participação dele, consultas a várias pessoas, como Haddad e Suplicy. Ele só não disso uma coisa: quem fez essas consultas cara pálida? Por delegação de que instância do partido? Nenhuma! Tudo se passava como se o PT se resumisse as forças políticas majoritárias que tinham o direito natural de buscar entre os seus ou entre quem eles quisessem o candidato! E o resto partido? Minorias, ora bolas! Na hora H a gente vai lá e atropela, ou melhor, passa o trator!

E assim foi feito. Marinho percorre, como disse Serjão, dezenas de cidades do interior, na qualidade de presidente do partido, mas fazendo sua campanha interna, sem nenhum pudor. E ainda dá uma entrevista, em 03/11/2017, com direito a foto posada e tudo ao Estadão, se colocando como candidato, mesmo antes de existir qualquer discussão interna do partido. Um pequeno trecho: o repórter pergunta: Setores do PT dizem que o apoio da cúpula petista à sua pré-candidatura a governador não tem respaldo da base. E ele responde: Há um debate majoritário para que a gente acelere o processo de definição de candidaturas. Portanto, não é uma posição oficial do partido. É de, sei lá, 90%. É evidente que o PT é um partido democrático e, se tiver outras reivindicações ou posicionamentos, analisará. (quem quiser ler a entrevista completa: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,pt-deve-permitir-alianca-com-partidos-pro-impeachment-diz-luiz-marinho,70002070696)

Não sei se todos ouviram, mas Elói falou que foi procurado por todos esses jornais e ele se recusou a dar entrevista porque não falaria com a imprensa golpista. Qual a postura correta e exemplar?
Em novembro de 2017 ele apregoava que era o candidato de, sei lá, 90% do partido. E isso para o Estadão! Resumindo a história, uma parte dos, sei lá, 10%, que não concordavam com esse processo de escolha pela cúpula, uma indicação a dedo, ou como falavam os mexicanos, um dedazo, buscaram construir uma candidatura que forçasse haver uma prévia e assim ampliar a discussão do programa e da escolha do candidato para toda a militância e filiados. Assim nasceu a candidatura de Elói Pietá.
Mas não acabou aí. Depois de fixarem prazo muito curto para a coleta de assinaturas necessárias para a inscrição da pré-candidatura, se recusaram a fazer prévias! Forçaram a realização de um Encontro onde somente delegados discutem e votam.

Mas ainda tinha a cereja do bolo! Pra que eleger delegados? Isso só gera confusão e discussão que não devemos fazer agora porque o central é a questão de Lula! A brilhante saída para essa coisa daninha que é a democracia: usamos os mesmos delegados do PED de 2017! Oi, mas esses delegados foram eleitos em outra conjuntura, discutindo o 6º Congresso! Qual o problema? Mas foram esses mesmos delegados que elegeram Marinho presidente do PT em São Paulo! Claro que eles irão votar em Marinho! Qual o problema? A gente ganha de qualquer maneira, para que essa burocracia toda? Tá bom, mas pelo menos vamos fazer debates entre os candidatos. Para que pelo menos os filiados os conhecerem! Nada! Bobagem, Marinho já foi em quase todas as cidades onde há diretório do PT!
E assim a executiva marcou dois fins de semanas para haver debates em todo o partido, com a presença não dos candidatos, mas de representantes deles!

Mais uma vez passaram o trator da marca CNB – Construindo um Novo Brasil, sobre o partido. Com o auxilio nada luxuoso de outras forças políticas em busca de oportunidades.

É essa a concepção de democracia das forças políticas que dirigem o nosso partido hoje.

Resolvemos junto com Elói bancar uma candidatura que é forte pelo que ela representa para o partido. É forte pela sua capacidade de enfrentar e vencer os golpistas. É forte pela sua capacidade de elaboração de um programa que enfrente sem concessões nem subterfúgios o golpe em nosso estado, contribua para barrar o atentado que se planeja contra Lula e garanta sua presença nas eleições. É forte porque não se recusa a discutir com os filiados, cara a cara, olho no olho, argumento por argumento. De se expor. E como disse Elói mais de uma vez de aprender com a militância sem nenhuma arrogância, com a humildade de quem não se considera acima do bem e do mal.

Além da sua capacidade de política e de luta, Elói também tem a experiência do legislativo, como deputado, e do executivo, como prefeito de Guarulhos. Não é um candidato inventado ou escolhido nas alcovas. Sua candidatura foi gestada em público, com as portas abertas, por aqueles que acreditam em um partido onde a democracia seja não só um valor, mas uma prática cotidiana.

Viva o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras!!! Viva Elói Pietá!!! Viva o DZ Pinheiros!!!

#EleiçõesSemLulaÉFraude!!!!!

Luiz Sérgio Canário
Engenheiro e militante do PT

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